sexta-feira, 12 de julho de 2013

Soma=12


Era como se á minha frente tivesse um qualquer vulcão em erupção, ladeado por um enorme arvoredo fresco – havia depois a linha do horizonte em forma de parede branca.

Abriu-me os braços. Fechei os olhos. Senti o irresistível apelo da pele. Inebriada. Caminhei pela floresta fresca ladeando a lava. Imbui-me de aromas, cores e sentidos e desviei os olhos: não quis saber das formas. As vestes iam ficando espalhadas, para trás, num plano inclinado, talvez outro plano.

Depois senti-me nua. E foi este o primeiro dia em que finalmente me senti nua. Notava-se isso no meu enorme sorriso, inteiro, desta vez inteiro, que me adornou o rosto por todas as horas de sol escaldante.

Depois foi só tomar o caminho do mar e da espuma. E morrer cinco vezes, sabendo que só sete vidas tinha. E depois foi nascer.

Ah, sabes que eu sei que um dia ainda hei-de morrer sete vezes contigo. E renascer outras tantas, num ciclo infindável de amor, sede, amor, sede.

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