sexta-feira, 31 de maio de 2013

Não estás, eu sei que não estás


Não estás, eu sei que não estás.

Não estás e sei que por aqui, nunca estarás.

Mas sinto-te - aqui debruçado, a subtraíres-me de mim própria, colherada atrás de colherada, com o entusiasmo que se subtrai volume à última taça de mousse de chocolate.
Sinto-te a rondares-me o cheiro do cabelo e vais recitando baixinho, mel, leite, limão, canela, jojoba. Nunca saberás que meu cabelo cheira a muito mais do que essa mistura, cheira a uma mistura que tu nunca vais poder decifrar. Cheira a mim, indecifrável para ti.
Sinto-te a medires-me a distância tão curta de vai do queixo ao beijo, que vai da mão à carícia. Sinto-te mágico, alquimista das palavras a leres nos meus lábios as palavras que nunca direi. Sinto-te por fim a perscrutares-me o pensamento sombrio e eu “guru espiritual em meditação” sem nada pensar, pensamento vazio.

Sinto-te , mas tu não estás.

LUA

E eu continuo sem perceber a razão pela qual todos os caminhos vão dar à Lua....
Estou perdida neste texto, nestas palavras de luar :)

Gosto de me fechar com as palavras - as minhas, as de todos. Se está sol, servem-me de sombra. Se está frio, de agasalho.
São estes mínimos instantes que me levam até à exacta latitude onde quero estar.

Sexta Feira, nem que chova



É sexta-feira
nem que chova....


e isso é bom, porque nos fins de semana, tenho sempre mais tempo para fazer as coisas de que mais gosto, de apreciar mais as manhãs e de ler mais as pessoas.


:) :) :)

quinta-feira, 30 de maio de 2013

ASSUMO



Assumo, tenho um problema com as musicas....
O problema é simples : o que eu gosto mesmo é das letras.

A minha filha diz que sou uma seca, porque ouço a mesma música vezes sem fim...e é verdade, mas isto só acontece porque preciso de sorver, de medir e de saber de cor todas as palavras - para as sentir.



É isto!



E não tem nada de mal, acho eu!

Pontapé da consciência

Apetece-me sorver as minhas raivas e destilar os meus venenos, apetece-me amar e ser livre.
Apetece-me beijar o vento e pedir-lhe que espalhe esse momento de luz e que o leve até ti, até ti e até ti.
Apetece-me falar da paixão brutal, fugaz, que chega forte e passa depressa (ou não).
Apetece-me desnudar-me mas sentir-me nua de verdade, dançando na chuva, esperando por ti.
Apetece-me, meu Deus como me apetece, pontapear todas as vírgulas, desmascarar todas as metáforas, ler ao contrário os versos que escrevi, durante séculos de solidão.
Apetece-me arrancar o "polish red” e deitar fora todos os “Guerlain” e “make-ups” desta vida e da seguinte.
Apetece-me algemar verdades e vender mentiras, ligar o “i-pod” no volume vinte e esquecer todos os outros excessos de volume.
Apetece-me correr à frente dos relâmpagos, sentar-me na areia molhada, chorar e sorrir, lembrar-me de ti e do outro, dela e de todos, molhar os pés na água gelada, sentir o degelo da vida e acordar depois, de papo para o ar, no topo do mundo.

Hora de almoço - check


Incondicionalidade



Não me convenço, nunca me convenci que seja mesmo boa ou perfeita a fazer o que quer que seja. Sou o que sou e isso chega-me.
No entanto há algo, há uma coisa que eu acho e me orgulho de fazer mesmo bem: ser incondicional no amor.
E há dias em que é difícil sê-lo, mas sou-o na mesma.
A sensação final é sempre de preenchimento, porque o amor não é acerca da minha felicidade mas sim acerca da felicidade dos que amo e nessa, nessa felicidade - terei a minha.



quarta-feira, 29 de maio de 2013

Adormeci contigo

Trabalho Prosaico

Multiplicam-se os papéis na minha secretária e os textos para escrever, na minha cabeça .....

Quanto tempo?


Quantos disparos de luz preciso
Para, em modo lento,
em fotossíntese simples
passar do abraço terno,
ao beijo da rendição – fim da sede
Quantos segundos demoro- ainda-
a incendiar o frio?
Quantas grosas de saliva preciso
para excitar as palavras que adormecem
-ébrias,
obscenas,
angulosas,
dúbias-
no gume das minhas madrugadas?
Quanto tempo demoro-agora- a entrar em mim
depois de escrever este poema?
 
 
 
os
algures no século XX

Comigo

Por vezes consigo ouvir o silêncio, mesmo no meio dos centros urbanos. Foram construídos, os centros , por arquitectos do silêncio.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Ali

Às vezes temos todas as palavras
ali à mão - no coração
mas só sabemos sentir
e não sabemos dizer

Comigo


Maio

Já é Maio, mas há uma névoa litorânea junto ao meu caminho. Já sou crescida, mas sinto-me outra vez criança e entro no sótão esquecido das memórias. Já é Maio, mas sinto que Jano me olha com riso escarninho....

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Estar num lugar de onde se avista tudo e nada. Só. Só com a música - e com borboletas no estômago.
Só.
Só, eu e as palavras que correm por dentro como rios.


- As palavras que eu disse foram lidas nos teus olhos.
Quando se ama, amo-te é dito com os olhos de quem vê

By Pedro Chagas Freitas

sábado, 11 de maio de 2013

Desilusão

Uma a uma, todas as pessoas te vão desiludindo. Mesmo as que estão no altar da nossa alma.

Fica tudo negro, e apetece ir embora.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Medo


E sempre que as noites eram escuras
e o medo vinha, devagar
acendias estrelas junto a mim
Iluminavas-me com o teu olhar
E o medo ia - devagar.