quinta-feira, 28 de novembro de 2013
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
Procuro-te
Procuro-te em todas coisas, em
todas as sombras em todas as esquinas; procuro-te em todos os vultos que me raptam a apatia e me devolvem o sorriso .
Procuro-te.
O teu cheiro é o aroma de todas as
Primaveras de Monet e de notas colhidas nas Índias mais longínquas do
meu corpo; por isso te procuro - no desenrolar das ondas nas praias dos meus
poros; por isso te procuro nas sombras chinesas
projetadas pelas minhas mãos abertas.
Por vezes levanta-se um bater de asas nos meus
olhos e voa-me uma pomba imaginária da janela do meu ventre: penso ter-te encontrado - mas é
apenas um anjo tresmalhado ao coração.
Nunca te disse que te procuro
em cada forma, em cada folha, em cada despertar, nunca te disse que és bater de
asas e pomba e flor, que és grito de ave ferida na madrugada fria, chuva no
porão; nunca te disse que és sabor de chocolate e menta no café das minhas
manhãs frias e seda pura a deslizar na curva mais escondida do meu corpo
ardente; que és seda. Pura. Seda pura a arder na fogueira dos sentidos. Nunca
te disse que és todas as coisas, todas as paisagens, todos os toques, todos os
sabores, todos os dias, todas as horas. Todos os meus dias, todas estas horas.
Porque tudo és tu. És tu .Tudo. Todas as coisas. Não há coisas, há apenas o tu
em todas as coisas.
Procuro-te sempre e para sempre nas bainhas da memória, nas
bermas lamacentas do passado, nas veredas floridas do presente. Procuro-te no
abrir de cada presente. No desenrolar de cada laço. Desembrulho-te, prenda.
Procuro-te
em todas as coisas.
É a ti que procuro nos espaços entre notas - das pautas
musicais das valsas das insónias; nos sustenidos e bemóis dos cantos das
cigarras, nos truques de magia decifrados e nas frestas de luz dos eclipses
lunares da minha rua.
É a ti que procuro. Na memória de
todas as coisas em que tocas.
domingo, 10 de novembro de 2013
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
Roma
Anda,
podes vir assim como estás, esquece as malas e a roupa
eu visto-te com beijos e abraços
Anda
vamos dar um beijo a Roma!
estou á espera.
Basta-me pouco
Bastava-me um chá a uma temperatura qualquer, com sabor a maçã e canela e os dedos entrelaçados, lambuzados do doce de ovo dos croissants quentes, acabados de fazer.
Bastava-me, há dias que me bastava.
Não sei se sabes, mas choro quando não sorris. Não sei se sabes, mas sinto-me só quando voas para longe.
Não sei se sabes, mas torno-me cega quando deixas de cravar amor no castanho dos meus olhos, como sempre o fazes, fazendo-me sentir a mulher mais amada das poesias de Al berto.
Não sei sabes que por vezes me basta um chá - a uma temperatura qualquer, desde que não desvies de mim o teu olhar.
terça-feira, 5 de novembro de 2013
Dois corpos
Havia uma latitude azul onde sempre acontecia o amor. Faltava apenas a nudez dos corpos para que o ciclo se completasse na imensidão serena do inteiro significado do amor a dois. A dois corpos. Nus. Como hoje, nessa latitude azul.
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