Escrevo-te daqui do meu silêncio
….e nem sei bem porque o faço
Não sei porque te escrevo
Escrevo-te
Como gotejar de nuvem na ponta dos meus dedos,
Prenúncio de monção na minha alma
Escrevo-te
Para te dizer que cada aresta da calçada
me segue, nos rastos do passado
E assim viro, em fuga, a esquina do tempo
Escrevo-te daqui, do avesso de mim
para te dizer que a tua pele,
é um pássaro azul, raro
e único
que voa sobre mim,
orvalhando as azáleas plantadas nas margens
dos meus medos.
É por isto que te escrevo – talvez.
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