Amanhã
podia ir ter contigo…. na verdade queria muito ir ter contigo, subir e descer a
calçada, dar de caras com o cheiro a maresia e amar o rio a quatro-olhos,
amando-te talvez. Finalmente: soletrarmos o Tejo no presente do indicativo e
tocar-te ao de leve para que o pretérito fosse mais que perfeito. Talvez a
chuva nos tornasse líquidos, talvez.
Amanhã,
tu bem sabes que amanhã podia estar aí, paredes meias com a multidão e com
ninguém, mascarada de estrela, misturada em tantos rostos e corpos que não me
encontrarias talvez. Na verdade pensei em estar aí amanhã, mas a maré vai estar
cheia, alerta laranja, ventos e chuvas e eu pequena, perdida, medo das
intempéries, a medir-te o palato e mais tarde as consequências.
Amanhã
podia estar aí, bebendo-te o pólen e o mel, ouvindo Chopin e tu Jazz, mas fico
aqui no meu canto ouvindo Nirvana e evitando um colapso no tempo e depois no
tormento.
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