quinta-feira, 30 de maio de 2013

Pontapé da consciência

Apetece-me sorver as minhas raivas e destilar os meus venenos, apetece-me amar e ser livre.
Apetece-me beijar o vento e pedir-lhe que espalhe esse momento de luz e que o leve até ti, até ti e até ti.
Apetece-me falar da paixão brutal, fugaz, que chega forte e passa depressa (ou não).
Apetece-me desnudar-me mas sentir-me nua de verdade, dançando na chuva, esperando por ti.
Apetece-me, meu Deus como me apetece, pontapear todas as vírgulas, desmascarar todas as metáforas, ler ao contrário os versos que escrevi, durante séculos de solidão.
Apetece-me arrancar o "polish red” e deitar fora todos os “Guerlain” e “make-ups” desta vida e da seguinte.
Apetece-me algemar verdades e vender mentiras, ligar o “i-pod” no volume vinte e esquecer todos os outros excessos de volume.
Apetece-me correr à frente dos relâmpagos, sentar-me na areia molhada, chorar e sorrir, lembrar-me de ti e do outro, dela e de todos, molhar os pés na água gelada, sentir o degelo da vida e acordar depois, de papo para o ar, no topo do mundo.

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